sábado, 22 de maio de 2010

Rodando pelo centro da cidade

Uma fé nos números da loteria acumulada me fizeram percorrer o caminho que leva o meu bairro ao centro da cidade neste fim de tarde de sábado. Acabara de acordar e usei pela enésima vez a velha camisa listrada de botões toda amarfanhada. Corri até o último piso do Shopping Cidade e apliquei alguns tostões num sonho distante no mesmo caixa de lotérica onde dois anos atrás acertara a quadra. Saí com uma fé ainda julgada, ainda não confirmada. Quem sabe depois desse texto eu caia na realidade. Endireitei o corpo sonolento para entrar na Leitura e sentar no chão em busca de um livro interessante no conteúdo e no preço. Não sei por que faço isso. Ainda não terminei de ler os outros três volumes que dormem ao meu lado na cama. Saí com as Novelas Nada Exemplares de Dalton Trevisan, uma publicação em capa de couro da Editora Record/Altaya. Como trabalhador e endividado, corri até uma loja de departamento para quitar uma despesa, em atraso. Aproveitei a descida da Goytacazes e desci pela Rua da Bahia no sentido do Palácio das Artes. Davam lá, às 20 horas, na exibição No Silêncio da Noite O Filme Noir "Os Assassinos", de Robert Siodmak, baseado num texto de Ernest Hemingway, com Burt Lancaster e Ava Gardner. Um filme divertido sobre assalto e traições. Tentei ficar mais um tempo no centro de Belo Horizonte, mas o certo era voltar ao meu bairro. Sendo assim, caminhei até o ponto de ônibus estratégico defronte ao Parque Municipal. Digo estratégico pois dele posso tomar três linhas diferentes para casa; uma pela Cristiano Machado e outras duas pela Antônio Carlos. Eu não consigo mais sorrir verdadeiramente com os programas de televisão e não consigo manter-me programado pelos horários da tevê. Acho que estou me libertando de alguma coisa. Vou ver se termino o depoimento do Marco Antônio Tavares Coelho e a doutrina do choque de Naomi Klein antes de folhear o Trevisan.

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