terça-feira, 1 de setembro de 2009

Telefone mudo

Esperou alguns minutos. Saiu de casa para encontrar um sinal. Retornou mais vermelho do que saiu. O telefone estava mudo. Afinal, para que pagava suas contas em dia, se não conseguir usar o telefone celular? Procurou a Ana. Garantiam que ela podia ajudá-lo. Não ajudou. Do outro lado da linha só ouvia embromação, a mesma que ele próprio já ouvira. Não davam muita trela para ela. Não demonstrava muita autoridade. Quando digo "Ana" me refiro à Anatel, aquela agência governamental, uma das tantas criadas no desgoverno daquele ex-presidente, um daqueles "fernandos" que desocupou o governo enquanto desgovernava o país. Ainda dizem que a telefonia melhorou. Não sei onde. Deve ser na África, com ajuda dos chineses. Estes vão dominar o mundo. De um jeito ou de outro. Estão exportando gente. Antigamente eu só via japoneses nas ruas. Hoje tem mais chinês no samba. Um fato interessante é que eles entram no Brasil e não falam uma palavra sequer. Eu vejo alguns no centro. Eles caminham de cabeça baixa. Nunca abordei nenhum. Talvez seja preconceito meu. Quem sabe eles falem melhor o português do que eu. Talvez sejam de Macau. Talvez possuam telefones celulares que funcionem. Eu, não. Continuo com meu telefone mudo, ouvindo a velha embromação da empresa de telefonia Oi, Telemar, Tele Norte Leste.

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