sábado, 12 de setembro de 2009

Ladrão rubro-negro

Saindo do boteco do Japonês, em luto, fui abordado por um sujeito. Ladrão sente o cheiro de outro ladrão. Ele queria a féria que surrupiei do falecido. Trajava uma camisa rubro-negra. Vinha de bicicleta. Usava agasalho no calor. Eu já sou macaco velho. Essa história de mão apontada por dentro do bolso de agasalho eu aplicava na região norte quando menino. Ele veio deslizando na minha direção. Eu subia e descia o meio-fio fingindo não saber da abordagem. No que ele engatilhou o dedo, eu me virei e mandei duas no peito e uma na cabeça. Se tem uma coisa que não admito é que venham me roubar em plena véspera de Corpus Christ. Peguei a bicicleta do infeliz e saí pedalando. Presente pro meu filho.

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