sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quebrando pedra na penitenciária

Roubou, matou e estuprou. Foi quebrar pedra no presídio. Surpreso, questionou. Isso não se faz. Não se fazia. Agora, é desse jeito. Outra coisa. Quebrar pedra é só de manhã. À tarde o trabalho é outro. Vai capinar a beira da estrada, pintar meio-fio e limpar lote baldio. Antes você roubava, matava e estuprava e ficava por isso mesmo. Aparecia com bom comportamento pós-julgamento para sair com 1/6 da pena. Coçava o dia todo. Recebia visita íntima. O diabo a quatro. Hoje, não. Vai trabalhar. E só sai se trabalhar muito. Se matou, a coisa é pior. Vai ficar a vida na prisão. Tirou a vida de uma pessoa, e não foi em legítima defesa, vai passar o resto da vida na cadeia, trabalhando. Desviou dinheiro do INSS, da Secretaria de Saúde, das obras públicas? Vai trabalhar na prisão até todo o dinheiro desviado retornar aos cofres públicos. Vai demorar? Quem mandou roubar do povo? Vida fácil é roubar? Pois vida difícil é trabalhar. É a lei da compensação. Estuprou? Vai passar o resto da vida recluso, numa solitária, costurando bola de futebol. Estuprador, dizem, não tem correção. Se não tem correção, não permitimos que retorne à sociedade para cometer o delito outra vez. Impunidade é uma coisa que a população não deveria deixar barato. Tem juiz que manda soltar quando existem provas cabais do crime. Então, coloca ele, o juiz, no lugar do outro. Funciona assim. Você confia tanto no sujeito que libertou, que ele te pagou propina para ficar no lugar dele. Prisão remunerada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário