segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um sonho distante da capital

Eu sonhei que morava no mato. Havia um riachozinho e muitas árvores. Eu sonhei que não precisa de máquina para me locomover, me comunicar, me satisfazer. Eu contava pedras no caminho. Pedras pequenas e grandes. Construía uma história diferente da escrita na capital. Longe da fumaça e do barulho industrial, eu sentia melhor a brisa no rosto. Eu colhia o que plantava. Eu comia o que colhia. Diferente da capital. Eu gostaria de ver a paisagem sem olhar no relógio. Eu gostaria de sentar à sombra de uma árvore. Na capital há muitas árvores, mas não tão frondosas e silenciosas como no interior. Eu tenho um sonho que de vez em quando volta para me assombrar. Um dia a capital será o meu pesadelo. Os ruídos da cidade que não para entrarão em minha cabeça quando recostá-la ao travesseiro. Não estarei mais na capital. Estarei distante, mas tão perto, que um zunido de abelha parecerá de um caminhão de entulho.

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