quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um copo de cachaça

Ei, chegado! Dá uma grana aí? Não. Muito obrigado. Não quero comer, não. É prum copo de cachaça. Tô de barriga vazia, sim, mas não é o caso. Eu preciso é de beber. Um real, chegado! Não vai te fazer falta! Eu? Não, senhor! Trabalho, não! É a conjuntura, sabe? O quê? Como é que eu sei o que é conjuntura? Eu não sei, não. É que falam tanto na tevê da minha tia que o problema do desemprego é por causa da conjuntura que eu gravei isso aqui na cabeça. Não. Minha tinha não me deixa beber. Ela é crente, saca? Ela ainda acha que eu sou virgem. Eu bati um lero com ela outro dia e ela me falou que quando eu casar eu vou poder ter relações sexuais com a minha esposa. Só depois de casar. Eu? Não. Eu não sou virgem mais. Minha tia? Não sabe. Mas quando ela começa falar dessas coisas eu só balanço a cabeça dizendo sim. O dia que ela desconfiar que eu não sou mais virgem ela me bota pra fora da casa dela. Então, chegado, vai me dar uma grana pra eu beber? Contei a história da minha vida pra tu. Deve valer alguma coisa. Não vai nem precisar assistir a novela da oito depois disso.

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