domingo, 5 de setembro de 2010

Pobre Opróbrio

Desonra é seu sobrenome. Opróbrio Desonra, o seu nome. Rico de vícios. Pobre de ideais. Vendido na feira ao lado da laranja e do abacaxi. Alçado às capas de jornais de final de semana. Opróbrio Desonra tenta ganhar um troco com a venda de artigos e colunas. E sua pequena auto-biografia escrita pela esposa, socialite nas horas vagas. Tão vagas que tornaram-se longas jornadas de trabalho. Sai às nove da manhã e retorna no dia seguinte. Bate cartão após cartão. Vende sorrisos e o corpo para içar o marido a fato mais quente da semana. Relações públicas. Assessora de imprensa. Vende o bacalhau na semana santa e nas semanas seguintes até o Natal. Pobre Opóbrio. Desonra é seu sobrenome. Sua mulher não tem nome, mas está na mídia todo santo dia e em dias não santos também.

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