segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O mercado

Uns tremores surgiram na última madrugada. Madrugada abafada depois da chuva. Arrumou-se e saiu pela porta. Destino: o mercado. Olhava os produtos espalhados no chão, em cima das lonas pretas. Havia de tudo, coloridas, brancas, grandes, pequenas. Uma bebida? Impossível. Não conseguiria sobreviver a mais uma bebedeira. Precisava manter as mãos em sincronia. Dois dias depois, tem jogo no bilhar. Dinheiro alto. Precisava de algo leve e eficiente. Precisava retornar para a cama e dormir tranquilamente. Acabou desmaiando ali mesmo. Sentiu a carteira sair de seu bolso. Lutou para mantê-la, mas recebeu um golpe na cabeça e um chute na costelas. Virou-se e tentou descobrir a face do agressor. Recebeu outro golpe. Começou a expelir um gosto de sangue pela boca. O corpo não respondia. Percebeu o vulto do agressor partir. Em questão de segundos o vulto voltou. Dinheiro de malandro não anda na carteira. Recobrou a consciência. A luta agora seria de igual para igual. Simulou estar grogue ainda pelos golpes. Quando o sujeito chutou-o mais uma vez, segurou a respiração. Um golpe mal dado. O agressor abaixou-se para revistá-lo e levou uma facada na barriga. Agora, estavam em posições inversas. Levantara-se rapidamente e apreciou o outro no chão. Revirou os bolsos do infeliz e tirou seus sapatos. Pegou o dinheiro e comprou o que queria e voltou para casa. Teve muita sorte. Corpo fechado? Depende da sua crença.

Nenhum comentário:

Postar um comentário