quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A morte do padeiro

Depois de dormir 23 horas e permanecer acordado pelas últimas 9 horas, ele foi à padaria. Não havia pão, só uma padaria jogada às traças, aos fungos. O padeiro puxou uma baguete para defender-se, mas o estranho foi mais rápido e acertou-o com um pão careca mofado. A morte foi lenta. Nunca mais, o padeiro vendeu um pão naquela cidade. Os consumidores aplaudiram a iniciativa do estranho, mas sua imagem não conseguiu ser registrada pelas câmeras das equipes de televisão que foram ao local. Nem do circuito interno de tevê da paderia, conseguiram alguma prova do incidente. Alguém esquecera ligar o gravador de imagens. A morte profissional, muitas vezes, leva à morte física. O padeiro mudou de profissão, virou cabeleireiro. Anda com um caderno de recortes debaixo do braço. Entre fotos de personalidades, das quais copia os cortes de cabelo, alguns registros sobre aquele dia. Ele sobreviveu.

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