sábado, 28 de agosto de 2010

Uma praga, esses políticos.

Um caminhar vagaroso e sufocante. Pelo ar seco da cidade e pela poluição decrépita dos anúncios eleitorais, percorri alguns metros sem tropeçar no pedido de um voto. Olhos falsos, olhos de papel. Uma vontade de lançar meu ultimato pela limpeza dos muros e fachadas. Calçadas impedidas por cavaletes políticos. Números e mais números. Economia nas propostas. Uma praga nos olhos. Uma praga na consciência. O candidato das minorias. O candidato dos trabalhadores. O candidato do povo. O candidato dos idosos. O candidato da juventude. O candidato. Um sujeito que polui até paredes. Vamos retocar suas imagens no próximo dia, como culture jammers, trazer para a frente do cartaz o que se enconde atrás da cola, atrás dos sorrisos falsos de falsos profetas. A política partidária deve muito à política cidadã. Enquanto a última vive com parcos recursos, a primeira provoca o nojo da sociedade com sua ignomínia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário