sábado, 21 de agosto de 2010

Olho por Olho

Um golpe no ar. Uma morte lenta. Olho por olho, diziam. Não existe olho por olho, pois o olho do que mata só se fecha pelo ato de outro olho, gerando um círculo vicioso. Ele matou um sujeito e o primo deste vingou com a morte daquele. Um terceiro matou o primo e quando se viu não haviam mais laços consaguíneos nas revanches. A cidade era pequena e as famílias em disputa eram menores ainda. Ao final da disputa, a cidade não era mais cidade, apenas um ponto no mapa eleitoral de alguns descendentes que fugiram da seca. Hoje disputam votos na capital e dividem a mesma mesa na sala do cafezinho da Assembléia Legislativa. Pensam em casar os filhos e formar uma nova oligarquia no Estado.

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