O poeta habita
Um buraco escuro
Vivendo estrofes
Degustando palavras
Criando um mundo
Ímpar para duas pessoas,
No máximo.
Não faz de conta
Em mundo-de-faz-de-conta
Faz as contas das migalhas
Que recebe na lida diária
De seu ganha-pão.
Retorna todos os dias
Ao começo de seus poemas
Revisitando cada sensação
Como se fosse única
Como se fosse última.
Um dia não sairá do buraco
A obra permanecerá no compartimento
Excremento
Dos outros seres que habitam
O piso superior
De seu conjugado
Verbo finito.
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