domingo, 20 de julho de 2008

O retorno de um passeio perdido

A tentativa de tomar o caminho mais curto me fez perder o norte e desci mais ao sul possível de uma trajetória em pleno centro de Belo Horizonte. As ladeiras atulhadas de carros, calçadas em pleno frenesi de inverno, com pessoas muito vestidas - não digo bem, nem mal - tornam o passeio difícil. Encontro, encontrão, sem vontade de assim fazê-lo. Não quero encontrar ninguém conhecido, apenas desconhecidos. Sem palavras a pronunciar. Sem justificativas a dar. Só o prazer de caminhar no sentido escolhido, o de não sentir. Olhar e não ver. Andar e não fatigar. Apenas vislumbrar o movimento do corpo em suas várias funções. Não perco o caminho de vista quando me concentro, mas quando me deixo levar me perco e não sei mais voltar. Porque não balbucio palavras a terceiros, prefiro o diálogo interno em que faço apartes quando bem os quero. Retorno ao início desta mensagem e tomo o caminho oposto, descendo até a estação do metrô. A viagem será longa no espaço e curta no tempo.

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