quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Morto por uma bola de papel

A cena foi rápida. No meio da multidão, o político acenava para os comparsas que o cercavam. Um círculo dentro da massa. A massa era contrária à presença do político. De repente, no ar, uma mancha branca lançada entra no círculo. O político leva uma das mãos à cabeça. A câmera focaliza a cabeça. A mão do político não se mexe. Permanece sobre a cabeça. O círculo se movimenta no meio da massa tentando chegar até uma loja. O dono da loja, vendo o político e sua comitiva tentando entrar em seu estabelecimento, junta os funcionários e forma um cordão. "Aqui, não! Já para fora!" Escorraçado, o político e seus comparsas se movimentam até a próxima loja aberta. Novamente, a entrada é negada. "Estou morto." E estava mesmo. A campanha do político acabara ali. Não, para ser preciso, não foi ali. A campanha dele acabou no hospital. Após uma bateria de exames, o veredito: "O objeto que atingiu a cabeça do paciente causou vários problemas." Antes que terminasse de falar, o médico foi questionado. "Quais problemas?" Revisando as anotações que fizera, o médico definiu um problema: "Morte eleitoral." Semana que vem é o velório do político.

Nenhum comentário:

Postar um comentário