segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ouvido Surdo

O barulho da metrópole não entra mais por estes ouvidos surdos. Um tampão, dois tampões. Não terminaram as obras nas avenidas largas da cidade. Um espaço curto muito longo entre a sanidade e a insanidade. Eu fiz um caminho diferente hoje. Evitei o metrô - alguém morreu, acho, e não fui eu -, evitei aquela outra via mais difícil. Peguei o caminho mais longo entre dois pontos - uma reta? - para cair na minha área - mano - e atravessar a porta de casa, hoje, iluminada. A síndica colocou lâmpadas novas nas garagens novas. Agora, a luz está debaixo do telhado - o lugar onde deveria estar -, não acima, como de costume, pós-obra - existe esse hífen? -, pós-barulheira infernal. Eu pago um dízimo muito caro para viver debaixo de um teto digno. Agora que atravessei o meu portal, retiro os tampões que ganhei do Virgílio, filósofo-control-cezista-cevista. Aliás, os vídeos que ele me deu - junto com os tampões - me seriam muito úteis, se os conseguisse inseri-los sob as pálpebras. Nem dos tampões eu sentiria falta. Rock'n Roll.

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