sábado, 1 de agosto de 2009

Ele comia revistas e jornais

Parou em frente à banca. Olhou, olhou, olhou. Nada achou. A barriga roncava, a barriga rosnava. Enfiou as mãos nos bolsos em busca de dinheiro: notas ou moedas. Não havia o suficiente para comprar uma revista, apenas para um jornal sensacionalista quase que gratuito. Três moedas foram o bastante. Já na capa viu que a publicação estava fresca. Não, não era tinta. Era sangue. Uma chacina estampada na capa. Ele, vampiro, saiu durante o dia para matar a sede. Sede de sangue, digo, de notícias. Saiu da banca com o exemplar nas mãos, desceu a rua e foi para casa. Sentou no sofá para degustar, digo, ler as notícias. Cada foto mais colorida que a outra. Com a vista cansada dormiu ali mesmo, embrulhado nos ossos que sobraram do jantar, digo, nos classificados sobre veículos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário