domingo, 13 de dezembro de 2009

Nuvem de Esperança ou Chuva Triste

As primeiras gotas de água caíram no telhado e desceram pelas janelas ao raiar durante a noite. Na cama, um lugar ocupado apenas; o outro estava vazio. O frio e alguns respingos entravam pelo basculante aberto. O sono custava a fechar as cortinas. Revirava o corpo numa dança cansativa e fatigante. Olhava as horas no céu do quarto, teto claro. Uma nuvem percorria o teto do mundo. Uma nuvem imensa, branca. Molhava tudo que estava debaixo, até aquela janela, única comunicação do quarto com o mundo exterior. Contava os segundos, mas o barulho mudo era ensurdecedor. Fingia que contava, então, para não acordar as testemunhas imaginárias do outro lado da cortina. Quem dormiu esquece o povo que fica do outro lado cortina. Do outro lado da cortina estavam minha solidão e eu. Uma chuva triste batia na janela uma canção triste. Respingos refrescavam minha face de olhos fechados tentando dormir. Eu contava as gotículas. Teimoso, não levantava. Quem manda aqui sou eu, pensava. Ou não? Eu quero dormir, eu desejo dormir, repetia. A manhã estava chegando. Amanhã não quero perder o dia, completava. Eu quero...

Nenhum comentário:

Postar um comentário