quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Grito

Matei o grito com silêncio. Perturbador. Olhei em volta e não mais havia silêncio, apenas um ruído, baixo. O ruído continuou por horas não contadas em relógios de paredes até que abri a gaveta, a última do armário mais alto, mais velho, e encontrei um novo grito, mais alto, mais velho do que aquele outro. Coloquei-o na garganta e fiz reverberar em grunhidos silenciosos e descompassados. Ainda sinto uma vontade de gritar, mas em silêncio vou levando a vida.

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