terça-feira, 30 de dezembro de 2008

o escritor sóbrio

o escritor sóbrio aguarda a bebida gelar para iniciar suas atribulações em formato de imprensa.

nada que o faça sorrir, apenas lamentar a ausência de escopo.

enquanto a vida passa ele batuca umas palavras na máquina, solitário, solícito, servil à espera de idéias.

lamentável ao que um ser desprezível se propõe em vida: escrever sobre a morte.

não espere aplausos dos vivos quando morrer.

dirão: foi-se. antes ele do que eu.

ainda vou redigir tua lápide a lápis e deixarei borracha sobre teu túmulo. caso não goste, apague.

boa noite e descanse em paz.

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