terça-feira, 30 de dezembro de 2008

o escritor sóbrio

o escritor sóbrio aguarda a bebida gelar para iniciar suas atribulações em formato de imprensa.

nada que o faça sorrir, apenas lamentar a ausência de escopo.

enquanto a vida passa ele batuca umas palavras na máquina, solitário, solícito, servil à espera de idéias.

lamentável ao que um ser desprezível se propõe em vida: escrever sobre a morte.

não espere aplausos dos vivos quando morrer.

dirão: foi-se. antes ele do que eu.

ainda vou redigir tua lápide a lápis e deixarei borracha sobre teu túmulo. caso não goste, apague.

boa noite e descanse em paz.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Balada Noturna

"Algunas noches soy fácil,
no acato límites"
(Babasónicos)

Una música que adentra mis noches solamente con este refrán. "Los refranes son sentencias breves, sacadas de la experiencia y especulación de nuestros antiguos sabios".

Babasónicos pronuncian esas palabras en Yegua, pero antes, en Carismático, ambas del disco Anoche, son lanzadas en el medio de la música como se murmurada para luego en seguida seren cantadas en toda su plenitud.

Você já olhou dentro dos meus olhos?

Você já olhou nos meu olhos
Você já cantou nos meus ouvidos
Não faça nada de que se arrependa
Por não ter olhado
Por não ter cantado
Veja o movimento estancar
Veja o soluço brotar
De uma lágrima só
Que vem e que vai
Dizer

Não me venha você
Me dizer que está só
Eu vou contando palavras
Num conto apenas
Poesia nenhuma
Eu falo de amor sem sofrer
Você sofre de amar
Sem falar
Você sofre de amar
E esconder.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Meia Teia

A teia
Fogo
Na meia
Água
Areia
Praia
Uma ceia
Creia
Não faz sentido algum procurar sentido em palavras colocadas uma a uma después de otras palabras.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Samba-Rock Josiane

Eu tô perdido na rua
Eu tô perdido na rua
Menina, eu olho pro céu e vejo uma lua!
Eu tô perdido na rua
Eu tô perdido na rua
Menina, eu olho pro céu e caio na sua!

Todo dia que eu vejo é domingo
Todo domingo que eu curto é feira

Eu volto meus olhos pra rua
Menina, eu caí na sua!
Eu volto meus olhos pra rua
No meu céu você é a lua!

Na Casa do Baile, Pampulha, gostaria que você estivesse aqui. Caminhada perdida no São Luiz, retornando pelo Aeroporto. Chuviscos persistentes de um sábado à toa.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Janelas Fechadas

A criação está trancada no sobrado do bairro Dona Clara. Nenhuma palavra. Nenhuma introspectiva. Apenas o fato de não ter nada pra fazer, a não ser batucar um teclado com as letras A e E agarradas. Procurei música clássica pra ouvir, mas não faz o meu estilo. Vou ver se analiso algumas resenhas "clássicas" para aaaaaaaaa - viu? não disse que tava agarrando? - eu tentar diversificar a trilha sonora durante esse tempo sozinho. Vou sair daqui a pouco para caminhar. Tomara que não chova. Só quando eu voltar, pois dormir-chovendo é o que há. Alguém já disse isso. Só estou repetindo. E antes que me repita demais, vou parando por aqui. O Grisalho Noturno tá virando diário de adolescente. Vou respirar um pouco de ar lá fora pra ver se cresço. Inté.

Pelejando

Duas da madrugada. A chuva voltou a assombrar dezembro. Ouvindo rock argentino, pelejo dormir. Vou escrever um pouco pra ver se o sono bate mais forte. Se tentasse fechar os olhos, o cérebro ainda assim ficaria maquinando um mundo imenso de coisas que já deveriam estar guardadas no subconsciente. Vou descobrindo as palavras estrangeiras, mas não tenho vontade de pronunciá-las ahora. Me voy acostarme. Quizás mañana encuentre algo que hacer. Hace mucho tiempo que no escribo en español. Pienso que esta noche... Ya tengo sueño... ZzZzZzZzzZZzz

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Bisbilhotices

Tava estirado na cama lendo o último de Fernando Morais. Um livro aberto na frente das lentes. Eu tenho miopia. Leio e ouço a televisão ao mesmo tempo. Quando surge algo interessante na TV, eu levanto os olhos pra ver o que passa. Fofocas. Tem programa que só mostra as últimas fofocas. Quando essas não são as últimas, eles sabem rechear 10 minutos de matéria com duas ou três fotos "exclusivas" repetidas milhaaares de vezes. Bisbilhotice. Passou a surpresa. Descubro outras surpresas na página 353.

domingo, 14 de dezembro de 2008

A caverna e o olhar

Onde? Guardei pedras nos sapatos de tantas caminhadas. Onde? As perdi. Onde? Trouxe algumas num dos bolsos. Onde? Puídos, não suportaram a viagem. Onde? Dentro de malas não guardo palavras. Onde? Livros, talvez. Onde? As pedras, nunca mais. Onde? Uma caverna no seu olhar. Onde? No museu, no jardim. Onde? As mangas caíam sobre carros. Onde? Fui encontrar você. Onde? Dois anos atrás. Onde? Volte logo.

sábado, 13 de dezembro de 2008

As batidas no armário velho

O sono correu pela casa. Tudo escuro. Barulho nenhum. Não havia sombras, porque não havia luz. Um breu. Um vazio. De repente, batidas no armário. "Batidas surdas". Toc, toc. Toc, toc. Cadenciadas. Subi a escada. Desci ao porão. A casa era grande. No meio do nada. Cercada por tudo. Bairro periférico. Muito mato nas redondezas. Toc, toc. Toc, toc. Chegaram os amigos. Traziam comida e bebida. Não eram pra mim. Desceram ao porão, abriram uma passagem atrás de um armário velho. Toc, toc. Toc, toc, fazia a refém.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Palavra de Ordem

Queixa! Eu vou,
Mito, que sou,
Andando em concerto,
Olhando a massa,
Voluntária,
Amai-vos,
Uns aos Outros,
Correndo da polícia,
Da política,
Da vida,
Palavra de Ordem
Não falta.
Todo dia sim,
Todo dia não.
Meu silêncio me perturba
Mais que uma turba
Consumidora
Em tempos de Natal.
Jesus nasceu, morreu e nós
Atados em uma crença milenar.

Pensamentos Internos

Encontrar sorrisos
Internamente
Isolados
Não é tarefa fácil
Outros dias
Outros instantes
Seriam mais abertos
A experiências menos
Traumáticas
Olhares sinceros
Pensamentos internos
Conversas amenas
A menos de um
Cumprimento de distância.