domingo, 4 de outubro de 2009

Ruído Noturno

Abafado. O ruído noturno, o ranger da cama no andar superior. O desligar. Televisão quase muda na madrugada faz muito barulho. De dia esse som não é nada. De madrugada a coisa muda de figura. É barulho, simplesmente. Subi os degraus de carpete. Silencioso. Liguei a máquina para escrever um poema. Não saía nada. Nem um conto. Eu troquei a olivetti pelo computador há muito tempo. Hoje, escreve e apago num piscar de olhos. Não tenho memórias no papel. Apenas no HD, coração duro da máquina. Expus um pouco na rede, mas o grosso está em minha cachola. Projetos não iniciados formalmente. Imagens, muitas. O ruído noturno aumenta. Uma fábrica distante inicia o turno à meia-noite. São quilômetros de distância. Se não durmo antes da meia-noite, só depois das três é que vou deitar. Aí só acordo à tarde. Metade do dia perdido. Mas a madrugada foi produtiva. Produzi imagens que guardei na cabeça, meu HD. Quem sabe um dia coloco tudo no papel. Haverá árvores suficientes?

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