segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ele morreu meio torto

Largado no asfalto. Era ele, meio torto, meio em partes, incompleto, diriam. Eu o vi lá atrás, costurando o tráfego, meio ébrio, meio ligeiro. Avançou um ou dois sinais. Colou na traseira do ônibus da frente e sumiu quando viu uma brecha à direita. Pela direita é errado. Acho que não aprendeu. O caminho correto é pela esquerda. Comecei a ler poesia nas obras da Antônio Carlos. O sistema lá tá um caos, mas o que surgiu de poesia nas paredes tá valendo a pena. Na Lagoinha, na altura do IAPI, minha mulher reparou, surgiram muitos mendigos de repente. Será que estavam debaixo do EPA? Cavaram tanto lá que tem dois níveis abaixo da avenida antiga. Então. Foi-se. O motoboy não chegou nem ao Complexo. Ele tocou um carro na lateral o suficiente para desequilibrar. Um ônibus, um fiat e um caminhão de obra fizeram o resto do serviço para o IML. Carne moída. Meio que morreu de estupidez. Podia ter seguido pela esquerda e parado de costurar o trânsito. Afinal, ele era motoboy ou costureira?

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