domingo, 21 de junho de 2009

Perdido entre livros

Não havia mais personagens no armário. Cheio de livros, apenas traças povoavam aquele mundo. Um em cima do outro, as letras percorriam páginas numeradas. Sem personagens. Elas, eles, todos haviam fugidos da fome de papel das minúsculas traças. Era um armário guarda-roupa utilizado para guardar livros. Guarda-livros. Biografias, ficção, ensaios. Ótimo alimento para as traças. Batendo o teclado do computador descobri entre-teclas um som que vinha do armário. Baixinho. Fui ver. Liguei a luz do quarto, abri a porta do armário e procurei. Havia parado. Não tinha som. Desliguei a luz da habitação, mas deixei a porta do armário aberta. Era um teste. Encontrei. Perdido entre livros, estava ele, o último personagem. Peguei-o em minhas mãos, aproximei-o da tela do computador para enxergá-lo melhor. Susto! Ele era eu.

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