quarta-feira, 4 de março de 2009

Ouvindo funk no metrô

Parado estava eu de pé no vagão de sempre quando surgiu uma brecha e um assento. Ouvia no meu tocador de músicas uma estação que não era de metrô, Estación México, de Manu Chao. ¡Carajo! Um sujeito começou a tocar um funk atrás do outro no meu lado. - Aí, bicho! Tu não tem fone de ouvido? Pra quê? Ouvi expressões racistas do tipo: "Seu branco filho da puta", "Eu não gosto de branco", "Vai tomar no cu, seu branquelo". Ah, o cara que ouvia essas modas sobre roubo de carro, violência, era negro. Não tinha nada a ver com cor, etnia ou o diabo às quedas. Tinha a ver com a porcaria do funk tocado em modo alto-falante tão alto que nos meus fones não ouvia Clandestino, nem Desaparecido, nem La Vida Tómbola. Cara, eu me estresso, mas me divirto nesses embates discutindo individualidade e coletividade, particular e público. Minha esposa conhece até minha expressão facial quando algo me desagrada e começo a sugerir mudanças no ordenamento de pessoas dentro de ônibus. O Jornal do Ônibus, em edição antiga, já havia sugerido que os usuários facilitem o acesso das pessoas nos veículos ocupando primeiramente o salão traseiro. Imagine se eu começo a fiscalizar o uso dos assentos reservados a idosos, deficientes e gestantes. Que problema que eu teria!

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