sábado, 24 de julho de 2010

Espaço em Branco

Um espaço entre paredes
Um quarto inteiro
Um espaço em branco
Um homem só
Um período de reclusão
Um tempo para pensar
Um tempo para escrever
Um tempo para contar
Os dias que não me atrevo a viver só.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Coletivo de maluco?

Um ônibus é a resposta.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ainda estamos funcionando...

... muito mal. Uma semana atrás, transitando pela Espírito Santo, vi uma placa curiosa. Diante de um motel - há muitos no centrão de Belo Horizonte -, havia o seguinte comunicado: "Estamos funcionando". Fiquei imaginando quem seriam os autores. Os proprietários? Os usuários? Bem, além de atrair uma certa curiosidade para o ramo de motéis, os quais foram fechados temporariamente, com fitas adesivas lacrando suas portas durante alguns meses, o fato aguçou minha consciência no sentido de verificar se estou funcionando também. Acredito que estou, porém muito mal; o raciocínio não tem sido mais o mesmo; o humor tem variado de ruim a péssimo; a capacidade de decidir tem ido de mal a pior; o sono e um cansaço extremos às vezes me dominam mais do que as necessárias oito horas de descanso; as leituras são interrompidas e adiadas para um ponto futuro desconhecido. Como já registrei neste blogue, tem dia que é noite; e os últimos estão anoitecendo muito rápido.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um poema menor

Um pouco feliz
Um pouco triste
Uma vida curta
Uma morte lenta
Uma biografia longa
Uma lápide em branco.

Escrotos Marginais

Existem escrotos marginais que não merecem nenhuma linha de comentário, vivos ou mortos, quanto mais uma ficção elaborada. Alguns moram em mansões, trafegam de helicópteros e só pisam o chão porque ainda não criam um sistema de holografia perfeito. Reclusos, mais do que em suas habitações, são reclusos em suas cabeças pequenas. Um tiro na nuca ou no ouvido, uma navalhada na garganta ou no rosto, um empurrão na linha do trem, um afogamento... nada disso seria o suficiente para redimirem-se de seus crimes.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Outro copo para morrer

Um copo de vodca para afogar o fígado em água fria engarrafada. Golfada de bile e muita ressaca. Outro copo para morrer de novo enquanto o dia passa na praça dos sujos. Limpeza não se encontra em boteco. O sujeito olha para os outros sujeitos da história que se constrói em relações rasas e não encontra qualquer sentimento perene. Um bêbedo, dizem, disposto a gritar filosofias como se fossem bulas de remédio. Outro copo para morrer, enfim.