terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os pássaros cantam lá fora...

... e aqui dentro, insone, ele escreve uma linha sobre o assunto.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sem inspiração nos dias quentes

Tentei escrever um livro, um conto, mas só consigo expor no meu blogue essas frases aqui. Estou no final de minhas férias e só consegui elaborar algumas poucas páginas. O calor está me sufocando. Imaginei que à noitinha conseguisse trabalhar o texto, mas a temperatura tem sido a mesma do período que vai das oito da manhã às oito da noite. Às vezes pior. Como escritores conseguem escrever durante um suadouro? Prometi outra coisa antes das férias. Prometi que voltaria a correr. Impossível. Se não consigo escrever, que é uma tarefa física mais tranqüila, quiçá correr na rua, sobre o asfalto quente. Outro dia tentei caminhar. Fui até o supermercado e voltei. Há uma subida na ida. Na volta a inclinação facilitaria a minha vida, mas isso de nada adiantou. Peguei uma insolação e só me recuperei depois de um banho gelado e de beber muita água. Um dia depois, soube, foi o mais quente, com maior incidência de raios ultravioletas no ano. Que sorte a minha, pensei. Agora, estou aqui, com a promessa quebrada entalada na garganta. Depois do carnaval eu volto a trabalhar, provavelmente, acima do peso e sem uma história digna de publicação.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O barulho no condomínio

O dia começou no meu condomínio. O barulho é sinal de que alguém deveria estar morta. Opções? Não tenho. Moro de aluguel. O bairro é bom, tranqüilo, até o portão. Dentro do condomínio há uma voz que grita. As outras a seguem em coro. Uma lástima. Sábado e domingo era dia de descanso, até a mudança de governo no condomínio. Alguém grita pela filha na porta de minha casa. Poderia ter continuado a morar nos fundos, porém vagou há um ano um sobradinho na frente, todo mobiliado. Esse é o preço. Descobri há algum tempo que a filha, na verdade, é uma cadela. Não imaginava uma criança tão tola e surda que só respondesse aos apelos da "mãe" por causa de gritos intermitentes desta. Eu vou colhendo o que plantei. Um dia, quem sabe, eu colho uma residência no meio do mato ao lado de um fio d'água.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O calor noturno

O calor noturno se umidifica no pescoço sem coberta descoberta a região corporal suada pelo calor noturno que se libera e aprisiona o corpo e o sono tornando difícil a convivência entre os dois com o terceiro a espreitar e a pregar as dobras do corpo com uma fina linha úmida e salgada entornada e depositada cirurgicamente no caminho mais fácil das articulações.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Trabalho noturno

Um trabalho noturno para começar o dia. Um sujeito na estiva. Cidade sem mar. Um trabalho noturno para encerrar a jornada de oito horas de atendimento ao público. Um sujeito sem mar. Na estiva. Olhando pra lua. Contando estrelas. Um sujeito noturno em busca de trabalho. Contador de estrelas. Contador de história no porto da cidade sem mar.