quinta-feira, 1 de maio de 2008

Contando grama

A noite foi boa. Perdido estava, contando grama. Quando diziam: "Tá errado! Jardineiro corta grama! Não 'conta'!" Pois é. Só enxerga quem se dá o trabalho. Mantive os planos "contando grama". Vendia o bagulho e ainda me mantinha jardineiro do condomínio. Atrás do parquinho das crianças, o parquinho das "outras crianças". A arborização é uma arte. Camufla o que menos se espera. Toquei sozinho o barco durante um tempo. Depois me cafetinaram. A gente agüenta isso até certo ponto. Depois a gente resolve. É quando surge um pai de família ensangüentado no banco da frente de seu carro importado. A família chora, a gente se emociona, pensa nos filhos, na viúva, mas aí bate a realidade: a baranga fazia a festa no shopping com o dinheiro que o marido dela me roubava.

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