sábado, 29 de março de 2008

Pobre cuspiu e morreu

Batida na periferia. E não era batida chique. Era pezão na porta e grito de otoridade pra todo mundo da redondeza ouvir. "Cê tá preso! Fica de joelho! Se oferecer resistência, vai levar um teco na testa!". O povo começou a aglomerar na porta do infeliz. Não tinha televisão na hora. Só um repórter da seção policial de um jornal sensacionalista, daqueles que tomam uma cervejinha no final de semana com o delegado em troca de informações. Dentro do barraco, a ação prosseguia. "Seu marginal! Cuspiu na cara de um compadre nosso! Sabe o que vai te acontecer? Vai desaparecer e isso aqui não vai nem sair no jornal." Dia seguinte, o jornal saiu. Nenhuma linha sobre a batida.

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