sábado, 20 de agosto de 2011

A escrita parada no ar

Entre uma e outra páginas, eu descanso meus olhos no ar. A escrita parada no ar. A escrita sufocada pela leitura. O prazer de ler corrói meu desejo de escreve. O escritor do não começa a florescer novamente em mim. A escrita sucumbe à burocracia do emprego. Eu não vendo palavras. Eu vendo produtos. Eu, vendo produtos. Eu, vendo, produtos. Uma vírgula no lugar errado e lá se vai o interesse no trabalho e lá se vem a surpresa com o movimento das palavras. Uma dança sem fim, de começo e de retorno ao ponto inicial da vontade. A vontade de escrever me espanta, me surpreende, mas não tem fôlego para percorrer os meus dedos o tempo todo. É uma faísca. Enquanto isso, leio o que outros escreveram. Não em busca de inspiração. Em busca de novas sensações. Inspiração eu tenho. Falta-me expirar todas essas palavras guardadas aqui dentro que formam histórias reais ou fantásticas. Parado no ar estamos nós.