quarta-feira, 21 de abril de 2010

Um pouco de som sem sono

Um ruído de Maná
Um eco perdido
Um seco molhado
Um texto lido
Um pretexto
Imprevisto
Um pouco de som sem sono
De cantar de lábios cerrados
En el muelle de San Blas
Um jogo frio sem preocupação
Coldplay

sábado, 17 de abril de 2010

Jornalista Ocioso

Há muito tempo largou o jeans velho e o cabelo comprido. As barbas também. Mas, principalmente, largara as grandes idéias, ideais, reportagens, para trás. Resolveu ganhar dinheiro. Dar opinião sobre tudo e sobre todos. Mas, principalmente, mentir. Foi comunista e tornou-se anticomunista. Foi torcedor de futebol e tornou-se um individualista jogador de xadrez, avesso à massa. Conquistou o país com seus comentários noturnos considerados inteligentes por pessoas que desconheciam informações básicas sobre geografia e história. Anda numa roda-viva, distribuindo autógrafos e posando para fotos, preenchendo o orkut de meio mundo. Lança moda. A última é literatura política para analfabetos políticos. Algo do tipo auto-ajuda para não iniciados nos conceitos básicos de política e filosofia. Ah, o sorriso! Que sorriso maravilhoso! Construiu o sorriso baseado nas últimas técnicas de cirurgia plástica e pesquisas sobre artistas de cinema mais atraentes que o mundo já viu e gostaria de ser. Freqüenta a sociedade apenas quando é pago. Comenta sobre o mundo moderno e o interior do Brasil - do qual conhece menos que um palmo - apenas quando é pago. Mas se você perguntar sobre o último livro ou comentário abre o sorriso e estende a caneta: - Onde quer que eu assine. Outro dia falou sobre o presidente e desfilou seu último clichê. Ele espera ser chamado, informalmente, é claro, pelo adversário político do presidente para auxiliá-lo em sua campanha. Informalmente, mas bem pago.